Em cujo seio, e não em cujo o seio... Esse o é descabido. O relativo cujo traduz a ideia de posse do genitivo latino cuius. Sendo assim, só se deve empregar com essa ideia de posse.
O povo em regra não sabe usar o relativo cujo corretamente, mas ideia de posse que ele encerra, esse mesmo povo expõe em torneios sintáticos defeituosos. Um período como este: Vi o rapaz em cuja casa estivemos, sairia da boca do povo assim: Vi o rapaz que estivemos na casa dele.
O relativo cujo vem sempre acompanhado de antecedente ou de consequente; concorda sempre em gênero e número com o consequente. Faltando tais elementos, a frase é defeituosa.
O rapaz cujo vi estava raivoso - trecho incorreto. Quem não percebe que o cujo está ocupando o lugar do relativo que?
Raramente se usa hoje o relativo cujo em textos assim:
- "Falei então da confusão da minha alma, e devia dizer em que é que ela consistia, e cuja era a causa." (M. de Assis: A semana, III, 441.).
- "Assim atarão os judeus em Jerusalém ao varão cuja é esta cinta..." (A.P. de Figueiredo: BÍBLIA SAGRADA, Atos, 21:11.)
- "E cujo é esse nome?" (Herculano: O Bobo, 183.).
O relativo em apreço pode vir regido de preposição:
- "Perfeitamente ensaiados, graças aos esforços do Sr. Jerônimo Martinez, de cuja proficiência musical é inútil dar notícias aos leitores..." (M. de Assis: Crônicas, II, 17.).
- "A Folha do Pará em obrigação de verificar a notícia e informar os seus leitores, em cujo número estou." (Id. ib., III, 35.)